NOTÍCIAS
Presidente do STF e do CNJ defende atuação estratégica do Judiciário em pautas ambientais
04 DE AGOSTO DE 2023
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, participou, nesta sexta-feira (4/8), da abertura da 1ª Cúpula Judicial Ambiental da Amazônia – Juízes e Florestas, no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ-PA). O objetivo do encontro é debater temas relacionados à atuação judicial em relação a temas ambientais na Amazônia.
Na cerimônia, a ministra ressaltou que a violação do meio ambiente infringe outros direitos humanos porque a relação entre meio ambiente e direitos humanos é visceral e indissolúvel. “A realização dos direitos fundamentais requer qualidade socioambiental”, afirmou.
A cúpula, que será realizada até sábado(5/8), integra as ações desenvolvidas pelo CNJ por meio da política nacional do Poder Judiciário para o Meio Ambiente e do seu Observatório. O objetivo específico é fomentar a conversação pública sobre a atuação judicial ambiental na Amazônia e, por conseguinte, a construção de um bioma e de uma sociedade cada vez mais sustentável e íntegra.
Participaram da cerimônia o vice-presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso; a ministra Cármen Lúcia; o governador do Pará, Helder Barbalho; o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana; além de juízes e magistrados do Brasil e dos países amazônicos.
Pauta ambiental
Em seu discurso, a ministra Rosa Weber destacou que os danos ambientais e o impacto antrópico (causado pelo ser humano ao meio ambiente) prejudicam o equilíbrio natural e, por consequência, a humanidade. Por essa razão, a Corte Interamericana de Direitos Humanos reconhece a essencialidade da proteção ambiental para a realização dos direitos humanos.
Segundo a presidente do CNJ e do STF, a pauta ambiental e, de modo particular, a proteção da Amazônia ocupam importante espaço entre os temas que formam os dois pilares de atuação do CNJ enquanto órgão central de controle do Poder Judiciário brasileiro: a função correcional e a função de planejamento central.
A ministra explicou que o CNJ alinha o Planejamento Estratégico do Judiciário ao tema ambiental sob diferentes perspectivas. Uma das metas nacionais do Conselho, representativas do compromisso dos tribunais brasileiros, é voltada a impulsionar a solução das ações ambientais.
A pauta ambiental também é objeto de política judiciária específica do Conselho para a proteção dos direitos intergeracionais ao meio ambiente. O CNJ mantém ainda o Observatório do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, dedicado à construção de boas práticas, à formulação de políticas e à implementação de projetos e iniciativas para a tutela do meio ambiente natural da Amazônia Legal, por meio da atuação integrada do sistema de Justiça e da sociedade.
Terra indígena
“Sejam todos bem-vindos. Aqui é Terra Indígena. Aqui é o nosso Brasil indígena. E que todas as falas e todos os compromissos que estamos a discutir nesta Cúpula sejam realizados”, desejou a presidente da Funai, Joenia Wapichana, em seu discurso (leia o texto ao lado, escrito por Joenia na sua língua originária).
Joênia disse que, quando se discute meio ambiente e justiça climática, é imprescindível considerar os direitos e as especificidades das populações locais e dos povos originários. “As florestas não sobrevivem sozinhas. Temos comunidades que doam as suas próprias vidas para protegê-la. É preciso incluí-las no plano de gestão governamental”, afirmou.
Peculiaridades regionais
Reforçando essa manifestação, a presidente do TJ-PA, desembargadora Maria de Nazaré Silva Gouveia dos Santos, disse esperar que a realização da cúpula corresponda ao que é ansiado há séculos por essa região, prenunciando os bons resultados que serão trazidos pela COP-30, em que problemas e soluções estarão no centro de debates de questões ambientais. “Falar sobre Amazônia é falar de vida. É adentrar nos densos mistérios das peculiaridades regionais”, disse.
Desafios e soluções
O governador do Pará, Helder Barbalho, espera que, na cúpula, possam ser discutidas soluções que promovam uma justiça cada vez mais presente e inclusiva, que compreenda os desafios da Região da Amazônia Legal a partir da conjunção da floresta com as pessoas que nela habitam. Para ele, o debate sobre a floresta sustentável não pode ignorar a necessidade de desenvolvimento social do povo amazônico.
Barbalho ressaltou que a convergência de importantes eventos – a 1ª Cúpula Judicial Ambiental da Amazônia, a Cúpula da Amazônia e a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em 2025 – eleva a responsabilidade e o desafio de um estado que sempre foi lembrado como o maior emissor de CO2 na atmosfera, mas que é capaz de enfrentar e resolver o problema.
Reveja a abertura do evento no canal do CNJ no YouTube
Agência CNJ de Notícias, com informações do STF
The post Presidente do STF e do CNJ defende atuação estratégica do Judiciário em pautas ambientais appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Justiça eleitoral paulista registra mais de 175 mil títulos cancelados ou suspensos
14 de junho de 2023
Eleitoras e eleitores com o título cancelado ou suspenso têm menos de um ano para regularizar o documento e votar...
Portal CNJ
Jornada do Meio Ambiente da Justiça Federal da 2ª Região aborda o papel da conciliação
14 de junho de 2023
Na tarde da terça-feira (13/6), a 1ª Edição da Jornada do Meio Ambiente apresentou aos magistrados e servidores...
Portal CNJ
Projeto para ampliar identificação civil da população carcerária chega a São Paulo
14 de junho de 2023
O Tribunal de Justiça de São Paulo e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizaram, nesta segunda-feira (12/6),...
Portal CNJ
Rosa Weber: Aperfeiçoar a Justiça é meta a ser sempre perseguida pelo CNJ
14 de junho de 2023
O caminho percorrido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em seus 18 anos de existência deve inspirar seus...
Portal CNJ
Avanços nos tribunais é aceno positivo para a Política Antimanicomial do Judiciário
14 de junho de 2023
Vinte e dois anos após a promulgação da Lei Antimanicomial (10.216), o Poder Judiciário se vê diante de um...