NOTÍCIAS
Pesquisa apresenta perfil de magistradas brasileiras e perspectivas para equidade no Judiciário
08 DE MARçO DE 2023
No Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira (8/3), o Centro de Pesquisas Judiciais da Associação dos Magistrados Brasileiros (CPJ/AMB), em parceria com a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), apresentou o levantamento que traçou o perfil das magistradas e as perspectivas para a equidade de gênero nos tribunais.
“Hoje não é um dia de comemoração, mas de reflexão, em especial sobre a participação e a inserção da mulher em todos os setores, todos os campos. O recorte da pesquisa no campo do segmento jurídico da magistratura feminina será fundamental para a elaboração de políticas públicas efetivas nessa área”, afirmou o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, que é também diretor do CPJ.
Salomão explicou que, com os dados em mãos, os próximos passos serão pensar e propor soluções, além de sugerir avanços na implementação das mudanças necessárias para reverter essa e outras questões encontradas no estudo. A pesquisa, realizada de 22 de junho a 1º de agosto de 2022, recebeu 1.451 respostas.
Assédio e desinteresse
As juízas, desembargadoras e ministras também foram ouvidas em relação a temas como assédio moral, das quais 27% já foram vítimas, assédio sexual, com 10%, e piadas sexistas, com 55%. “Os resultados nos chocam: em pleno 2023 as mulheres ainda passam por dificuldades que já não deveriam existir”, afirmou o presidente da AMB, juiz Frederico Mendes Júnior, que abriu a solenidade de apresentação do levantamento.
De acordo com o levantamento, 54,7% das magistradas afirmam já terem sofrido, no exercício da magistratura, algum tipo de constrangimento ou discriminação no trabalho pelo fato de serem mulheres – sendo 38,2% causadas por homens, 15,5% causados por ambos e 1% causado por uma mulher. A conselheira Salise Sanchotene, coordenadora da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual do Conselho Nacional de Justiça, afirmou que todos os tribunais brasileiros têm comissões voltadas a receber denúncias. “As comissões precisam fazer a sua parte, mas nem todas estão funcionando de maneira satisfatória”, afirmou.
A juíza Eunice Prado, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e uma das responsáveis pela elaboração do estudo, ressaltou que, a partir desse momento será preciso buscar entender o motivo do desinteresse das mulheres pela magistratura. “A pesquisa gerou dados para diversas políticas públicas. Futuramente, o trabalho deverá incluir a ida a cursinhos e faculdades de Direito par conversar com as futuras pretendentes às áreas do Sistema de Justiça”, observou.
Texto: Regina Bandeira
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
The post Pesquisa apresenta perfil de magistradas brasileiras e perspectivas para equidade no Judiciário appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Rede interinstitucional estrutura atendimento a pessoas em situação de rua em Roraima
02 de março de 2023
Membros do Comitê Nacional Pop Rua Jud, coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), se reuniram nesta...
Portal CNJ
Política antimanicomial do Poder Judiciário é pauta do Link CNJ
02 de março de 2023
O Link CNJ desta quinta-feira (2/3), que vai ao ar às 21h na TV Justiça, discute a política antimanicomial do...
Portal CNJ
No Mês da Mulher, CNJ promove programação em homenagem à representatividade feminina
02 de março de 2023
No Mês da Mulher, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) promoverá uma série de eventos e de ações em alusão à...
Portal CNJ
JMU – Conhecendo a Prevenção e o Combate ao Assédio e à Discriminação na JMU
01 de março de 2023
A Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao assédio moral, sexual e discriminação na Justiça Militar da União...
Portal CNJ
Inovações no Poder Judiciário são compartilhadas por plataforma colaborativa
01 de março de 2023
As iniciativas voltadas para a inovação desenvolvidas pelos tribunais brasileiros estão reunidas e disponíveis...