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No Tocantins, jovem indígena consegue, aos 17 anos, inserir nome do pai em registro
03 DE AGOSTO DE 2023
Garantido na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ter o nome do pai na certidão de nascimento é um direito fundamental assegurado a todos, desde criança até adulto. A jovem índigena Hayla Iwebure Melo, 17 anos, conseguiu inserir o nome do genitor durante ação do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) por meio do Programa Permanente de Inclusão Sociopolítica dos Povos Indígenas que está em curso nas aldeias da Ilha do Bananal.
A ação que aconteceu na quarta-feira, 2, na aldeia Santa Isabel, contou com o apoio da Escola Judiciária Eleitoral do Tocantins (EJE-TO), e entidades parceiras, como o Cartório de Registro Civil de Lagoa da Confusão que está realizando atendimentos de emissão e revisão de certidões de nascimento, retificações de registros e reconhecimento de paternidade.
Da etnia Karajá, Hayla Iwebure Melo, conseguiu ratificar seu registro de nascimento e inserir o nome paterno no documento. Ainda de acordo com a jovem, esta é a primeira vez que esta atividade acontece na comunidade. “Consegui colocar o nome do meu pai no registro. Estou muito feliz e agradecida”, afirmou Hayla.
Direitos garantidos
O conjunto de ações nas áreas social, eleitoral, de justiça e cidadania, é uma iniciativa que ocorre em parceria com órgãos institucionais municipais, estaduais e federais, prestam atendimento de serviços essenciais que garantem cidadania e democracia aos povos que possuem maior dificuldade de acesso.
A abertura do segundo dia das atividades foi realizada com apresentação cultural feita por indígenas. O coordenador geral dos programas permanentes, ouvidor e juiz José Maria Lima e o coordenador do programa de Inclusão Sociopolítica dos Povos Indígenas, juiz Wellington Magalhães, destacaram a importância de garantir os direitos básicos às comunidades indígenas. O último dia de ação acontece na Aldeia Macaúba, na próxima sexta-feira, dia 4.
Artesanato
O artesanato é uma das fontes de renda dos indígenas Karajás, moradores da aldeia Santa Isabel e regularizar a situação destes artesãos, garantem ainda mais visibilidade e reconhecimento, fomenta o empreendedorismo e a inovação dos trabalhos manuais.
A Secretaria Estadual da Cultura (Secult) tem realizado o cadastro da carteira de artesãos, que comprova a profissão de artesã, é o documento que permite a emissão de nota fiscal frente à Receita Estadual, para comercialização dos seus produtos, e participação em feiras e exposições.
Para Tuinaki Koixaru, os serviços dão acessibilidade àqueles que necessitam dos atendimentos básicos. “Eu sou artesã e vim tirar minha carteira. A ação da acessibilidade ao nosso povo, pois muitos não podem ir até a cidade, e eles podem vir diretamente vir resolver as pendências em documentações”, declarou a artesã.
De acordo com a analista técnica do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e coordenadora da Carteira do Artesanato, Celina Soares, é muito importante a conscientização e a realização da carteira do artesão. “Essa ação oportuniza conhecer o potencial do artesanato local das unidades produtivas da comunidade indígena. O Sebrae fomenta a questão do mercado no Estado, e tem como papel fundamental na parte de gestão e na busca desse mercado”, informou a analista.
Outros serviços
A atividades são desenvolvidas em parcerias com Instituto de Identificação e Papiloscopia Forense, com a emissão de documento de Registro de Identidade; Exército Brasileiro com Alistamento Militar; Cartório de Registro Civil com a emissão e revisão de certidões de nascimento, retificações de registros e reconhecimento de paternidade; a Defensoria Pública fez atendimento jurídico individual e coletivo; Receita Federal com a emissão de CPF; a Universidade Federal do Tocantins (UFT) trouxe a participação do curso de medicina com projetos voltados à saúde da comunidade indígena.
Fonte: TRE-TO.
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