NOTÍCIAS
CNJ 18 anos: Conselho amadurece atuação e transforma relação com a sociedade
14 DE JUNHO DE 2023
Transformação social, otimização da prestação jurisdicional, transparência da Justiça: com uma atuação que mudou a forma de o Poder Judiciário se relacionar com a sociedade, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) celebra seus 18 anos de criação nesta quarta-feira (14/6), como órgão de excelência em governança e gestão.
Segundo a presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, toda a história do Conselho se sustenta em três sólidos pilares: transparência, eficiência e responsabilidade social. Ela destaca que, para além do poder-dever conferido ao CNJ – tanto de controle quanto disciplinar – a instituição tem “oportunizado diálogos sobre os mais diversos temas com os mais diferentes órgãos governamentais e não governamentais, levando luz sobre tudo o que é capaz de facilitar o acesso e dar transparência aos atos do Judiciário brasileiro”.
Criado pela Emenda Constitucional n. 45/2004, o CNJ atuou permanentemente na transformação do Poder Judiciário, estando voltado à garantia de atendimento das necessidades dos cidadãos, conforme a evolução do contexto social. Fundamentado na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), abraçou medidas referentes à sustentabilidade por meio de uma política de gestão da inovação; políticas sobre direitos humanos; e ações para a ampliação do acesso à Justiça.
Considerando o Sistema Interamericano de Justiça, o Conselho também fortaleceu as políticas de combate à violência contra a mulher, com a publicação do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero e a obrigatoriedade de suas diretrizes, além de incrementar o combate às discriminações raciais, especialmente dentro de suas instituições.
A ministra aposentada do STF Ellen Gracie Northfleet, que presidiu o CNJ entre 2006 e 2008, lembrou a implantação e o fortalecimento dos meios alternativos de resolução de conflitos, por meio da mediação e da conciliação, lançados durante sua gestão. “Sua utilização, em conjunto com a informatização do processo e o adequado manejo dos mecanismos de tratamento de demandas repetitivas, em que se debate a mesma questão de direito, haverá de pôr fim à crise de números do Poder Judiciário”, afirma.
Para o ministro Gilmar Mendes, presidente do CNJ entre 2008 e 2010, garantir o acesso à Justiça foi uma grande conquista para o país. “Neste momento de celebração dos 18 anos do Conselho Nacional de Justiça, é importante reconhecer seu papel fundamental na promoção da transparência, da eficiência e da qualidade do sistema de Justiça no Brasil, assegurando acesso efetivo a todos os cidadãos brasileiros. Destaco, especialmente, a atuação do CNJ na persecução do efetivo cumprimento dos direitos fundamentais de caráter judicial bem e da Lei de Execução Penal. Realizamos inúmeros Mutirões de Execuções Penais, em diferentes Unidades da Federação, para rever a situação legal de presos condenados e provisórios, de maneira a evitar irregularidades. Procuramos, assim, alcançar uma execução penal que não se limite apenas ao caráter jurisdicional, mas que compreenda todos os aspectos necessários à realização das funções na pena, indo além da mera retribuição para garantir a necessária ressocialização dos condenados. É essa, afinal, a missão do Conselho Nacional de Justiça, enquanto órgão de coordenação, planejamento e supervisão administrativa do Poder Judiciário: alcançar o máximo de eficiência, de modo a tornar mais eficaz a prestação jurisdicional aos cidadãos.”
Presidente do CNJ entre os anos de 2014 e 2016, o ministro aposentado Ricardo Lewandowski também celebra o desenvolvimento do órgão. Para ele, o Conselho deve seguir atuando no aperfeiçoamento da administração da Justiça, “principalmente no tocante à Justiça criminal, devendo ser intolerante com condições infra-humanas de acautelamento prisional, de modo a visar à ressocialização dos que experimentam o cárcere”.
Nesse sentido, o ministro destaca a realização das audiências de custódia – projeto iniciado durante sua gestão – que mereceu reconhecimento de organismos internacionais (ONU e OEA) e o projeto “Cidadania nos Presídios”, que trouxe um conceito de Justiça penal mais humano, valorizando a dimensão da pessoa submetida à presença do Estado-juiz. “Assim, ações do CNJ contribuíram para o avanço da paz social, por meio da dignidade e do respeito a todos, dentro ou fora dos presídios”, ressalta Lewandowski.
O ministro do STF e ex-presidente do Conselho Luiz Fux, na gestão 2020-2022, afirmou que, com o passar do tempo, o CNJ centralizou sua atenção em temáticas que mais diretamente gravitam em torno da tutela de direitos fundamentais, destacando a criação dos Observatórios de Direitos Humanos e do Meio Ambiente. “O CNJ amadureceu bem, ampliando sua área de atuação, plasmando uma salutar aproximação entre o Poder Judiciário e a sociedade civil”, observa.
Fux lembra ainda da ampliação do acesso à Justiça, por meio da atuação virtual da Justiça, com atendimentos pelo Balcão Virtual, o Juízo 100% Digital, os Núcleos de Justiça 4.0, os Pontos de Inclusão Digital (PIDs) e a Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ). “Nesta pauta, o CNJ mudou paradigmas e inspirou a revolução tecnológica nos tribunais e no Sistema de Justiça, colocando o Judiciário brasileiro em posição de liderança mundial em matéria de inovação tecnológica.”
Em sessão solene, no dia 5 de junho, em comemoração aos 18 anos do órgão, a ministra Rosa Weber ressaltou o trabalho desenvolvido pelos conselheiros, ministros, de hoje e de sempre, que presidiram o Conselho, além da atuação dos servidores, colaboradores e estagiários. Essa dedicação e atuação qualificada, disse ainda, construíram e continuam a construir o CNJ, fortalecendo a instituição.
Acrescentou que o CNJ caminha com firmeza e chega à maioridade, instituindo políticas públicas de enfrentamento a violações de direitos humanos e do meio ambiente, construindo pontes institucionais alicerçadas nas bases constitucionais e resgatando o que há de primordial no Judiciário – sua atividade raiz, a eficiência na prestação jurisdicional e o olhar atento aos anseios da sociedade.
E concluiu: “Esses 18 anos do CNJ, fundamentais para a história da Justiça brasileira, constituem tão somente o começo do longo e profícuo caminho que ainda há a trilhar.”
Texto: Lenir Camimura
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
The post CNJ 18 anos: Conselho amadurece atuação e transforma relação com a sociedade appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
STJ julga validade de documento de falecido doando bens de baixo valor
14 de junho de 2023
Homem lavrou de seu próprio punho testamento particular, sem testemunhas, doando roupas, coleção de discos,...
Anoreg RS
Artigo – Onde começa o procedimento de adjudicação compulsória extrajudicial: Tabelionato de notas ou registro de imóveis? – por Carolina Edith Mosmann dos Santos
14 de junho de 2023
Clique aqui e leia o artigo na íntegra.
Portal CNJ
Tribunal deve investir R$ 20 mi em projeto de segurança do Judiciário cearense
14 de junho de 2023
O presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargador Abelardo Benevides Moraes, anunciou, nesta...
Portal CNJ
Corregedoria Nacional de Justiça encerra inspeção no Judiciário de Alagoas
14 de junho de 2023
A Corregedoria Nacional de Justiça finalizou, nesta quarta-feira (14/6), a inspeção ordinária no Poder...
Portal CNJ
Últimos dias para inscrições de trabalhos acadêmicos sobre 20 anos do Código Civil
14 de junho de 2023
Operadores do direito que tenham produzido conteúdo acadêmico acerca da aplicação e da interpretação do...