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Clipping – Tribuna do Norte – Mercado imobiliário está atrativo para quem quer comprar imóvel
18 DE JULHO DE 2023
Com a oferta de novos lançamentos, as previsões do novo programa Minha Casa Minha Vida e de que a taxa básica de juros (Selic) venha a cair até o final do ano, o mercado imobiliário se mostra mais atrativo para quem deseja adquirir um imóvel neste momento. Isso porque, a tendência para o futuro é de que a procura possa ficar maior do que a oferta, valorizando mais o metro quadrado e atualizando os valores para novos projetos que ainda não foram anunciados, o que pode levar o mercado a elevar preços. É o que avaliam empreendedores e representantes de entidades ligadas à construção civil.
O vice-presidente de mercado imobiliário do Sindicato da Industria da Construção Civil (Sinduscon/RN), Francisco Vasconcelos, relembra que o preço do metro quadrado em Natal caiu nos últimos anos com a crise que o setor vivenciou, mas que há expectativas de que esse cenário venha a mudar. “A vantagem de comprar agora é que Natal ainda está com o preço do metro quadrado inferior ao de capitais vizinhas. Em João Pessoa era 20% mais baixo que Natal e hoje está 30% acima”, relata.
Isso ocorreu porque o terreno em Natal desvalorizou ao mesmo tempo que o da capital paraibana aumentou. Além disso, os futuros empreendimentos devem atualizar os valores dos imóveis. “A tendência é que os preços venham a subir. A maioria dos lançamentos devem acontecer neste segundo semestre e vão criar uma nova referência de valor. O que está sendo praticado hoje não garante equilíbrio financeiro para novos projetos serem executados. Por isso, devem vir com preços um pouco maiores já que faz cerca de 7 anos que não se lança quase nada em Natal”, explica Vasconcelos.
Por essa falta de lançamentos, em virtude da crise do setor, o presidente do Sindicato das Empresas Imobiliárias do Rio Grande do Norte (Secovi/RN), Renato Gomes Netto, avalia que o mercado imobiliário vem se mantendo estável. “Não há grande demanda, mas é um mercado muito cíclico. Então, quem tiver a oportunidade de comprar um imóvel hoje, compre. Sempre tem pessoas querendo adquirir imóveis. Existe demanda”, diz Gomes Netto.
O novo Plano Diretor de Natal é apontado também como impulsionador desse novo momento. “O mercado em Natal está crescendo com o novo Plano Diretor e nos deixa otimistas em relação a médio e curto prazo”, afirma o presidente do Secovi, entidade que fomenta e orienta as empresas do mercado imobiliário e garante representatividade junto aos órgãos governamentais.
A previsão de redução na taxa básica de juros (Selic) indicada pelo Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central do Brasil, traz boas perspectivas para o mercado imobiliário, já que ela influencia diretamente os juros do país e tem uma relação muito próxima com o setor devido a influência no valor de financiamentos imobiliários e empréstimos.
Segundo o Focus desta semana, a Selic deve fechar o ano em 12% (Hoje está em 13,75%). O mesmo percentual foi projetado há uma semana pelo mercado enquanto que, há quatro semanas, a expectativa era de que 2023 fechasse em 12,25%. A projeção da Selic se mantém estável para 2024 em 9,5% e em 9% para 2025. Caso as previsões se cumpram, a procura por imóveis pode aumentar fazendo valer a lei da oferta e da procura. Isso também endossa a ideia de que o momento mais oportuno para se comprar é o atual.
“Estamos vivendo um bom momento para quem quer comprar seu imóvel. Existe a lei da oferta e da procura. Se muita gente passa a procurar, a tendência é que os preços subam. Contudo, depende de vários fatores além da queda da taxa de juros. É importante também que haja empregos para as pessoas e que a renda aumente”, pondera Ricardo Abreu, presidente da Associação Brasileira de Mercado Imobiliário (ABMI).
Ele avalia que o mercado em Natal vive um bom momento muito voltado para o segmento de alto padrão, mas que é necessário que esse mesmo momento aconteça nas outras camadas de renda e de mais fomento para construção e venda de imóveis. “Isso deve acontecer baixando a taxa, porque é um público que precisa de financiamentos; ter vários bancos financiando; atraindo construtoras não só de fora mas estimulando as daqui. Alguns fatores assim ajudam o mercado a voltar a ser pujante”, afirma Ricardo Abreu.
Queda nos juros pode melhorar financiamento
Caso haja realmente a queda dos juros, como sinaliza o Banco Central, o presidente do Sindicato das Empresas Imobiliárias do Rio Grande do Norte (Secovi/RN), Renato Gomes Netto, diz que a expectativa é a melhor possível. “90% dos imóveis são vendidos através de financiamento bancário. O percentual de juros elevado dificulta a aquisição de bens para o pagamento a longo prazo porque encarece as prestações”, explica Gomes Netto.
Por isso, o vice-presidente de mercado imobiliário do Sindicato da Industria da Construção Civil (Sinduscon/RN), Francisco Vasconcelos, reforça que a redução da Selic é um indicativo animador, mas, até que os bancos comecem a reduzir os juros dos financiamentos, o processo deve demorar. “Ainda há diferença grande entre a Selic e a taxa praticada no mercado imobiliário. Só terá mudança significativa de cenário quando a Selic ficar abaixo de 12%”, disse.
Ele explica que, com a queda desse índice, a taxa para crédito e financiamento imobiliário vai começar a se estabilizar. “A mudança do limite do Minha Casa Minha Vida para R$ 350 mil, contribuindo também para compra de imoveis a preços mais baixos, para renda de até R$ 8 mil, bem como a utilização dos recursos do Fundo de Garantia (FGTS), podem suprir a demanda para imóveis de valores mais baixos, liberando recursos da poupança para imóveis de maior valor. Os de valor mais baixo terão taxa mais baixa do FGTS, em torno de 8,16% ou 8,66% para quem não é cotista, ainda mais baixa que as taxas para recursos de poupança”, avalia Francisco Vasconcelos.
Fonte: Tribuna do Norte
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