NOTÍCIAS
Paraná quer garantir tratamento penal humanizado às pessoas indígenas
26 DE JUNHO DE 2022
Grupo de trabalho instituído pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), em parceria com outros órgãos do estado, vai estabelecer uma rede de apoio para pessoas indígenas presas. Além disso, vai promover a implementação da resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que estabelece procedimentos para o tratamento dessas pessoas nos sistemas prisional e socioeducativo.
Representantes do TJPR, da Defensoria Pública e do Ministério Público do Paraná, da Universidade Federal do Paraná, do programa Fazendo Justiça, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), da Federação dos Conselhos da Comunidade do Estado do Paraná (Feccompar) e do Observatório Sistema de Justiça Criminal e Povos Indígenas compõem o colegiado.
“A criação do grupo interinstitucional torna-se relevante, especialmente, para construir diretrizes que possam atender às principais necessidades desta população, além de trazer reflexões acerca a pluralidade jurídica, cultural e étnica dos povos originários do Brasil”, afirma o supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Sistema de Socioeducação do TJPR, desembargador Ruy Muggiati.
Para Felipe Kamaroski, antropólogo e pesquisador de pós-graduação em Antropologia da UFPR, o problema do encarceramento de pessoas indígenas nas prisões estatais não é algo novo. “A historiografia nos mostra como o cárcere é usado como artifício político. No passado, tínhamos aldeamentos, como o forte de Atalaia, que prendia e violentava as populações originárias por meio de proibição do uso da língua, catequese e sessões de tortura. Essas violências, ainda que pareçam superadas, continuam presentes na vida dos indígenas em situação de cárcere.”
Áreas de atuação
Uma das questões que serão desenvolvidas pelo grupo é a autoidentificação de pessoas indígenas. De acordo com verificações preliminares, a subnotificação da pessoa indígena pode estar relacionada ao fenômeno do “pardismo”, que ocorre por dois motivos: o desrespeito ao direito à autodeclaração e a própria pessoa indígena se declarar parda com receio de sofrer represálias dentro do sistema.
Uma das metas da equipe é propor uma ferramenta de identificação das pessoas indígenas no Projudi e no SIGEP (sistemas processuais do TJPR) para gerar notificações. Busca-se, ainda, a inclusão de dispositivo no código de normas da Corregedoria da Justiça, para aplicação do direito à autodeclaração e estruturar uma formação para magistradas, magistrados, promotoras, promotores e policiais.
Os próximos passos são a implementação de norma estadual que regulamente a audiência de custódia, fase de conhecimento e execução penal envolvendo pessoas indígenas apenadas. Outras demandas são a execução de serviços auxiliares ao TJPR em matéria indigenista, que envolvem intérpretes, peritos para línguas indígenas e perícia antropológica.
Fonte: TJPR
The post Paraná quer garantir tratamento penal humanizado às pessoas indígenas appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Aprovada norma do CNJ para consolidar justiça itinerante no Brasil
27 de maio de 2022
Em iniciativa destinada a conferir rapidez, simplificação e maior acesso aos serviços jurisdicionais, o Conselho...
Portal CNJ
Inspeção técnica verifica precisão dos registros sobre adoção e acolhimento no país
27 de maio de 2022
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizou, entre os dias 23 e 27 de maio, a primeira inspeção técnica do...
Portal CNJ
Fux: Acesso à justiça deve coexistir com métodos alternativos para resolver conflitos
27 de maio de 2022
A entrega do XII Prêmio Conciliar é Legal aconteceu nesta terça-feira (24/5) durante a 351ª Sessão Ordinária...
Portal CNJ
Justiça 4.0 lança curso sobre gestão de projetos
26 de maio de 2022
O Programa Justiça 4.0 lançou capacitação para equipes dos tribunais e conselhos de todo o país em conceitos,...
Portal CNJ
Inscrições para encontro nacional dos Centros de Inteligência encerram nesta quinta (26/5)
26 de maio de 2022
De 1º a 3 de junho, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em parceria com o Conselho Nacional de Justiça...