NOTÍCIAS
Seminário debate perspectiva de gênero em julgamentos penais
12 DE MAIO DE 2022
Preconceitos de gênero e raça são realidades que precisam ser desafiadas no Poder Judiciário. E o Protocolo de Julgamento com Perspectiva de Gênero instituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é um instrumento para que essas mudanças ocorram.
“Temos que trazer o protocolo para a nossa realidade”, explicou a conselheira do CNJ Salise Sanchotene. Ela mediou o painel Julgamento com perspectiva de gênero e Direito Penal nessa terça-feira (10/5), último dia do 4º Seminário Mulheres no Sistema de Justiça, promovido pela Associação dos Juízes Federais (Ajufe).
Salise Sanchotene destacou a importância de que magistrados e magistradas registrem o uso do Protocolo na fundamentação de suas decisões. “Há decisões belíssimas, que tocam nessas questões importantes e não fazem menção ao protocolo.” Essas sentenças e decisões judiciais podem ser enviadas para o gabinete da conselheira, pelo e-mail gabinete.salise@cnj.jus.br. “Estamos compilando uma publicação para dar visibilidade a essa temática.”
Representante do Observatório de Direitos Humanos – IDP/CNPq, a professora Carolina Ferreira apresentou pensamentos estratégicos para atuação direta e de implementação do Protocolo de Julgamento com Perspectiva de Gênero. “Ele vem ao encontro das normativas internacionais, da Constituição [do Brasil], da própria Lei Maria da Penha e do seu caráter convencional.”
Rute Fiúza, coordenadora do movimento Mães de Maio do Nordeste, reforçou a necessidade de existir empatia principalmente na hora de julgar, se colocando no lugar do preso. O filho dela, Davi, desapareceu em Salvador após abordagem policial em 2014, quando tinha 16 anos. “O sistema impõe um racismo e um preconceito tão forte que a primeira coisa que as pessoas pensam é: mas o que aconteceu? Por que desapareceu? Mas como não voltou? Está envolvido em quê? A sociedade de alguma forma valida tudo isso que acontece.”
A juíza do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) Adriana Cruz expôs um retrato do cenário atual no Brasil sobre a situação da população negra na sociedade e o reflexo na jurisdição penal. “Temos um sistema penal que está no movimento inercial. E, se nós não fizermos um movimento contra, ele produz impacto profundamente desproporcional sobre a população negra. Basta nós olharmos o encarceramento no Brasil, o perfil das pessoas encarceradas, e olharmos o perfil da magistratura, especificamente da magistratura penal.”
“Temos obviamente juízas negras com jurisdição criminal em várias seções judiciárias, no interior. Mas hoje, dentro do que nós conseguimos mapear, titulares de Varas Criminais em capitais do Brasil, exclusivamente criminais sou eu, no Rio de Janeiro, e a nossa colega Karen Luise no Tribunal do Júri de Porto Alegre”, destacou Adriana Cruz.
Agência CNJ de Notícias
com informações da Ajufe
The post Seminário debate perspectiva de gênero em julgamentos penais appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Contratos de serviços no STJ terão cota para mulheres vítimas de violência
04 de maio de 2022
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) instituiu cota para mulheres em situação de vulnerabilidade econômica...
Portal CNJ
CNJ retoma ação permanente de identificação civil de pessoas presas
04 de maio de 2022
A nova temporada da ação nacional que cria fluxos permanentes de identificação civil de pessoas privadas de...
Portal CNJ
Conferência sobre emergência e justiça climática está com inscrições abertas
04 de maio de 2022
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2) realiza, entre os dias 6 e 13 de junho, a 1ª Conferência...
Portal CNJ
Conselho Penitenciário do Amazonas relata desafios à comitiva do CNJ
04 de maio de 2022
A inspeção ao sistema penitenciário do Amazonas seguiu nessa terça-feira (3/5) com reuniões entre a comitiva do...
Portal CNJ
Tribunal do DF promove Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação
04 de maio de 2022
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), assim como todo o Judiciário, está atento ao...