NOTÍCIAS
Identificação e documentação de pessoas presas chega a um terço do país
08 DE JUNHO DE 2022
Com lançamento oficial realizado em quatro novos estados desde o início do ano, a Ação Nacional de Identificação e Documentação Civil de Pessoas Presas coordenada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está presente em nove unidades da federação para promover cidadania a pessoas que tiveram contato com a privação de liberdade, facilitando a construção de novas trajetórias.
O objetivo é criar uma rede nacional, com apoio de mais de 150 parceiros, para fluxos permanentes para a emissão de até 12 tipos de documentos a a partir da confirmação da identidade civil, conforme define a Resolução CNJ n. 306/2019. Nesta semana, teve início a missão técnica no Sergipe, que terá o lançamento oficial nesta sexta-feira (10/6).
Nos últimos meses, Paraíba, Ceará, Acre e Roraima somaram-se aos outros cinco estados que iniciaram as atividades em 2021 – as atividades haviam sido pausadas em razão da pandemia de Covid. A ação integra as atividades do programa Fazendo Justiça, executado pelo CNJ em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) com 28 ações para incidir em desafios no campo de privação de liberdade. Desde 2019, a ação de identificação e documentação é realizada em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).
Durante a retomada de lançamentos com missão na Paraíba, o secretário-geral do CNJ, Valter Shuenquener, destacou que o foco central é ampliar a cidadania e fortalecer a democracia. “As pessoas precisam ser ressocializadas, com inclusão social”. O aspecto cidadão foi destacado no Ceará pelo coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ, Luís Lanfredi. “Não podemos aspirar a integração social daqueles que hoje cumprem pena se o Estado não cumpre com a obrigação de prover a essas pessoas uma documentação básica; sem documentos elas não conseguem trabalhar, não conseguem estudar, não conseguem atendimento médico”.
No lançamento do Acre, o diretor de políticas penitenciárias do Depen, Sandro Abel, lembrou da relevância da articulação entre as instituições. “Esse trabalho de identificação já existia, mas essa ação articulada pelo CNJ, de proporção nacional, é uma grande ação de cidadania, feita com a união das instituições”. Em Roraima, o assessor de gestão de identificação do TSE, Iuri Camargo Kisovec, explicou que, a partir do cadastramento, as pessoas passam a integrar uma base que hoje já conta com 20 milhões de registros biométricos. “Desse modo, garante-se uma identificação melhor e integração à vida civil para essa população”.
Ação local, impacto nacional
A importância da articulação com os parceiros locais e do impacto da ação foram destacadas por todas as autoridades locais durante as solenidades de lançamento nos estados. “Antes, cada Tribunal tinha uma forma de administrar e priorizar suas ações. Com o advento do Conselho Nacional de Justiça, hoje temos a uniformização de procedimentos e uma forma administrativa de agir, inclusive em parceria com diversas instituições, a exemplo desta que estamos concretizando hoje, para uma política de cidadania e humanização”, pontuou o presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, Saulo Benevides.
Para a desembargadora-presidente do Tribunal de Justiça do Acre, Waldirene Cordeiro, a ação de identificação e documentação faz cumprir a lei constitucional. “Não vamos parar por aqui, afinal, percebemos a crise no sistema penitenciário. Estamos trabalhando para alterar isso, para que essas pessoas invisibilizadas sejam visíveis ”.
Já o presidente do Tribunal de Justiça de Roraima, desembargador Cristóvão Suter, destacou que o desenvolvimento de ações conjuntas entre diversos parceiros é central para a promoção da dignidade das pessoas. “Reforçamos o firme compromisso da justiça em aplicar e aprimorar os princípios e ações do programa Fazendo Justiça, garantindo direitos à população”.
A presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira, avalia que a integração de banco de dados possibilita uma maior segurança na identificação das pessoas privadas de liberdade. “E ainda, trará a possibilidade de encaminhamento eficaz, com um fluxo permanente para emissão de documentos civis. Façamos cada um a nossa parte, e o somatório das ações nos trará mais paz, justiça e instituições eficazes”, concluiu.
Novas publicações
Para apoiar o dia a dia das equipes na implantação e operação das atividades, o CNJ teve o apoio técnico do Fazendo Justiça para a elaboração de dois novos manuais que trazem o passo a passo para realização das ações de identificação civil na porta de entrada e para a coleta do passivo.
Coordenadora do Núcleo de Identificação e Documentação do Fazendo Justiça, Ana Teresa Iamarino explica a importância do estabelecimento de padrões nacionais para garantia de direitos. “A uniformização de procedimentos e a unificação de bancos de dados estaduais a uma base nacional fortalece a segurança do processo, padroniza as ações e confere unicidade de tratamento e acesso em todo o país.”
Confira o Manual de Identificação Civil e Coleta Biométrica e o Manual de Identificação Civil e Coleta Biométrica nas Unidades Prisionais
Anteriormente, já estava disponível o Manual de instalação e configuração do software para coleta de biometrias, produzido conjuntamente pelo CNJ e pelo TSE com apoio do programa Fazendo Justiça. As missões continuam ao longo do ano e chegarão a outros sete estados ainda em 2022 – além de Sergipe, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina até julho; e Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte até o final do ano.
A ação nacional cria fluxos permanentes para a confirmação de identidade na porta de entrada do sistema prisional. De forma paralela, é trabalhada a emissão de documentos na porta de saída, a partir de listas emitidas pelo Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) – nessa modalidade, já foram emitidos 7,5 mil documentos em 21 estados.
Saiba mais sobre a Ação Nacional de Identificação Civil e Documentação de Pessoas Presas
Renata Assumpção,
com informações do TJAC, TJCE, TJPB e TJRR
Agência CNJ de Notícias
The post Identificação e documentação de pessoas presas chega a um terço do país appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Aprovada norma do CNJ para consolidar justiça itinerante no Brasil
27 de maio de 2022
Em iniciativa destinada a conferir rapidez, simplificação e maior acesso aos serviços jurisdicionais, o Conselho...
Portal CNJ
Inspeção técnica verifica precisão dos registros sobre adoção e acolhimento no país
27 de maio de 2022
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizou, entre os dias 23 e 27 de maio, a primeira inspeção técnica do...
Portal CNJ
Fux: Acesso à justiça deve coexistir com métodos alternativos para resolver conflitos
27 de maio de 2022
A entrega do XII Prêmio Conciliar é Legal aconteceu nesta terça-feira (24/5) durante a 351ª Sessão Ordinária...
Portal CNJ
Justiça 4.0 lança curso sobre gestão de projetos
26 de maio de 2022
O Programa Justiça 4.0 lançou capacitação para equipes dos tribunais e conselhos de todo o país em conceitos,...
Portal CNJ
Inscrições para encontro nacional dos Centros de Inteligência encerram nesta quinta (26/5)
26 de maio de 2022
De 1º a 3 de junho, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em parceria com o Conselho Nacional de Justiça...